sábado, fevereiro 21, 2004

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Tu, sempre tu...
Imensamente tu...
Vejo-te de longe, sorrindo,
amando este campo, fugindo.
Sonho mundos flutuantes,
sonho distantes clamores, amantes!
Sento-me por aqui, viajo ali,
voando... cantando e contando
os dias sem cessar... vejo-me de longe,
ao escuro, sozinho, chorando.

Tu, sempre tu...
Imensamente tu...
Um lindo olhar reflectido sobre o luar,
mágico, apaixonante...
Sonhos que sonhei, o que são?
Marés violentas de luz e vida
que nos inundam, talvez, de dor!
Eu quero o fresco clarão do novo dia,
eu quero o sonho inocente de uma criança,
eu quero olhar de novo por um passado,
viver-te em sossego e sonho demorado,
quero despejar as gavetas do Ser
em cima da cama, quero escrever, viver,
eu quero um grito! Quero tudo!
E não quero nada...
Não quero nada.
Que quererei eu da (in)coerência lógica do discurso?
Viver escondido numa manhã abandonada?
E respirar o vento que sopra da nova alvorada?

Tu, sempre tu...
Imensamente tu...
Aproximas-te flutuando no meu espaço vazio,
atiras-me soprando um beijo fugidio,
falas sussurrando, sorrindo, perfumando-me
de um êxtase inebriante, explosivo.
Como manhãs de nevoeiro,
tardes de oiro e noites de negro cetim...
O desejo crescendo, contagiante, puro marfim!

Assim és tu... um lindo verso, obra-prima inacabada.
Imensamente tu, esgotante, um sopro no coração,
interminável no infinito, rainha
e princesa, doce alma de tamanha paixão...
Imensamente tu...
Sempre tu...

[ao som de jacques brel - amsterdam
"Dans le port d´Amsterdam,
Y a des marins qui chantent..."]