sexta-feira, janeiro 14, 2005

[outras margens]
Outras margens
de um acordar
entre as margens de neve
dos teus lençóis.

Outras margens
do teu corpo estendido
na areia,
perto do mar.
Rochedo ondulante
batido pela vaga de
um sol de inverno.
Outras margens
do teu corpo nu
coberto de maresia,
escultura de areia
pedindo mais sol.

Outras margens
das minhas mãos,
pedindo outras margens
tuas, só tuas...

A onda azul e verde
não existe se entras
pelo mar adentro.
Desfaz-se em espuma
no teu cabelo,
no teu peito,
nas tuas pernas,
no vento das tuas palavras...